Teologia Da Pobreza: Tudo Que Você Precisa Saber!

Teologia da Pobreza

Pobre! É isso que você precisa ser. Se é seu desejo ser um cristão integro, fiel e aprovado por Deus: você precisa ser pobre. Pelo menos, é isso o que diz aquilo que eu chamo de A Teologia da Pobreza!

Mas… O que é essa Teologia da Pobreza? De onde ela surgiu? Ela tem fundamento Bíblico? É heresia? Não é?

Continue comigo e conheça absolutamente tudo o que você precisa conhecer sobre A Teologia da Pobreza.

Mas antes, vale dizer: se você gosta mais de vídeo, saiba que existe uma versão deste artigo em vídeo:

Importante: este é o segundo artigo de uma série de três, onde o primeiro fala sobre a Teologia da Prosperidade. O segundo (que é este) fala sobre a Teologia da Pobreza e o Terceiro sobre a Teologia da Mordomia.

O que é a Teologia da Pobreza?

A Teologia da Pobreza afirma:

Quanto maior a pobreza material de alguém, maior é o seu potencial espiritual.

Assim, essa corrente de pensamento determina que: a posse de bens materiais é algo ruim; que pessoas ricas (provavelmente) são pessoas ímpias; e que a abnegação de tudo é o meio que temos de sermos cristãos aprovados por Deus.

Em resumo, podemos dizer que a Teologia da Pobreza é uma doutrina que vê a pobreza como uma das maiores virtudes que o ser humano possa ter.

Geralmente, os adeptos dessa visão: não são materialistas; acreditam que o reino de Deus é para os pobres; e que a pobreza é a vontade de Deus para seus servos.

Ressalva sobre a Teologia da Pobreza

Definitivamente, Teologia da Pobreza não é a nomenclatura mais adequada para essa visão teológica. Porém, mesmo não sendo a nomenclatura mais adequada, estou fazendo uso dela com o objetivo de apresentar uma visão oposta a conhecida Teologia da Prosperidade, apresentada no primeiro artigo dessa série.

Se de um lado a Teologia da Prosperidade vê a prosperidade financeira como uma virtude; do outro lado, a Teologia da Pobreza vê a prosperidade como um obstáculo a fé cristã.

Que fique claro: não me refiro a pobreza com um sentido pejorativo ou depreciativo. Me refiro no sentido de contrariedade a Prosperidade.

Ressalva feita, daí vem a pergunta:

Quais são as bases de sustentação da Teologia da Pobreza?

Para ser o mais objetivo possível, irei apresentar três bases de sustentação dessa corrente teológica:

1˚ base da Teologia da Pobreza: Ricos dificilmente entrarão no reino de deus

[…] é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha
do que entrar um rico no reino de Deus.

Lucas 18:25

Baseados nisto que Jesus disse, os adeptos da Teologia da pobreza veem a riqueza e os bens materiais como pedras de tropeço em nossa jornada para o reino de Deus. E é partindo deste entendimento, que vem a segunda base de sustentação da Teologia da Pobreza:

2˚ base da Teologia da Pobreza: Quanto mais pobres formos, mais espirituais poderemos ser

Se os bens materiais podem nos afastar do reino de Deus, acredita-se que, quanto menos bens tivermos, mais facilmente teremos a vida eterna.

Endossando esse pensamento, o trecho bíblico de Mateus 19 é utilizado. Nesse trecho, Jesus se encontra com o Jovem Rico que o questiona sobre o que deveria fazer para conseguir a vida eterna.

Jesus logo responde que ele deveria guardar os mandamentos. O jovem afirma que já guardava os mandamentos e, em seguida, Jesus diz:

Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.

Mateus 19:21

É com essa passagem em mente, que muitos adeptos da Teologia da Pobreza pensam que quanto mais pobres forem, mais espirituais poderão ser.

3˚ base da Teologia da Pobreza: Devemos buscar primeiro o reino de deus

Essa é uma base da chamada Teologia da Pobreza que é justificada em Mateus 6:

Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas.

Mateus 6:31-33

A partir destes versículos, os adeptos dessa corrente acreditam que devemos nos livrar de toda e qualquer preocupação material. Obviamente, uma das maneiras de se conseguir isso, é evitar ao máximo adquirir bens materiais.

Está é a Teologia da Pobreza. Mas…

Onde surgiu a Teologia da Pobreza?

Sobre a origem da Teologia da Pobreza, é difícil apontar um marco evidente de seu surgimento. Todavia, há quem diga que o embrião desse pensamento surgiu com Francisco de Assis.

Francisco de Assis foi um frade italiano, nascido no século XII, que fundou a ordem dos Frades Menores, também conhecida como Franciscanos.

Essa ordem prescrevia uma pobreza voluntária absoluta para seus adaptados, de modo que eles não possuiriam nenhum bem.

O objetivo era (e ainda é) ter uma vida o mais próxima possível da vida que Jesus propôs a seus discípulos em Mateus 10:

De graça recebestes, de graça dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, Nem alforges para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordões; porque digno é o operário do seu alimento.

Mateus 10:8-10

Bem… Mas não tire conclusões precipitadas. Faço questão de enfatizar que é difícil determinar (com exatidão) onde se deu o surgimento da denominada Teologia da Pobreza. Aqui estou apenas dizendo que, segundo alguns estudiosos, o embrião dessa linha de pensamento surgiu da evolução de algumas ideias de Francisco de Assis.

Agora, chegamos ao ponto crucial. Qual ponto é este? O ponto de apresentarmos os 3 equívocos da Teologia da Pobreza:

1˚ equívoco da Teologia da Pobreza: Acreditar que o dinheiro é a raiz de toda sorte de males

O motivo dessa crença equivocada está numa má interpretação de 1 Timóteo 6:10, que diz:

Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males;

1 Timóteo 6:10

Esse versículo é extremamente claro ao dizer que a raiz de toda a espécie de males é o AMOR ao dinheiro e não o dinheiro em si.

Ora, o dinheiro é algo inanimado, não tem vida própria, não faz nada sozinho. Ele é como se fosse uma ferramenta, que pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal. Assim como uma faca que pode ser usada para fazer um jantar; Mas também pode ser usada para praticar um crime. A faca, assim como dinheiro, não possui bondade ou maldade em si própria, ela é apenas um instrumento, que pode ser usado para o mal ou para o bem.

Dentro da crença de que o dinheiro é a raiz de toda sorte de males, estão muitas crenças limitantes a respeito do dinheiro.

Muitos pensam que o dinheiro é sujo. Acreditam que, se alguém ficou rico, é por que roubou. Pensam que existe uma quantidade limitada de dinheiro no mundo e que, consequentemente, alguém só pode ser rico se outro for pobre.

Amigo e amiga, o dinheiro em si não é mal, nem bom. Ele não é sujo, no sentido abstrato da coisa. E ele não é a fonte de todas as coisas más que existem no mundo. Mas o amor ao dinheiro: sim, este é totalmente destrutivo.

2˚ equívoco da Teologia da Pobreza: Pensar que ricos não vão para o céu

Essa crença é alimentada pela interpretação equivocada de alguns trechos bíblicos. Dentre estes, podemos citar o trecho de Mateus 19:24 onde Jesus diz que “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.

Ler essa afirmação de Jesus sem considerar o contexto de onde ela foi dita, bem como o contexto histórico, é pedir para cair em erros de interpretação.

Pense comigo…

Jesus estava apresentando as verdades do evangelho ao Jovem Rico e, os relatos bíblicos nos conduzem ao entendimento que, este jovem era Judeu – afinal, ele seguia os mandamentos judaicos, conforme Mateus 19.

De igual modo, Jesus também pregava para outros judeus. Inclusive, Ele constantemente pregava para os fariseus, que também eram judeus.

Agora, reflita um pouco mais sobre qual era o pensamento judaico naquela época…

O que os judeus do tempo de Cristo viam como sinal da benção de Deus em sua vida e, consequentemente, da vida eterna?

Se você respondeu prosperidade financeira, você acertou!

Os judeus daquela época viam a prosperidade financeira como um sinal da benção do Senhor sobre a vida do homem. De modo que, se o homem é prospero, Deus está com ele! Se não é prospero, provavelmente, ele está em pecado e Deus não está com ele.

Lembre-se da vida de Jó. Jó andava com Deus e era prospero. Mas, a partir do momento que Deus permitiu que Jó enfrentasse dificuldades (financeiras, físicas e familiares) seus amigos começaram a questioná-lo sobre possíveis pecados. Segue um destes questionamentos:

Mas, se tu [Jó] com empenho buscares a Deus, e, ao Todo-Poderoso fizeres a tua súplica, se fores puro e reto, certamente mesmo agora ele despertará por ti, e tornará segura a habitação da tua justiça.

Jó 8:5-6

Veja como esse questionamento de um dos amigos de Jó revela como era o pensamento da época sobre pobreza. Se você é fiel Deus, segue seus mandamentos e estatutos, prospero será. Se desobedece, pobre será.

Porém, contrariando esse pressuposto, Jesus ao se encontrar com o Jovem rico, diz para todos ouvirem: “é muito difícil um rico conseguir a vida eterna”.

A riqueza que as pessoas tinham como sinal da vida eterna, agora está sendo descrita por Jesus dessa forma.

Quando seus discípulos ouviram isso, ficaram maravilhados, e perguntaram: Quem pode, então, ser salvo? (Mateus 19:25)

Se nem mesmo os ricos serão salvos? Quem pode se salvar?

Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível (Mateus 19:26).

Aí está a chave! Jesus fala que para o rico é difícil se salvar, mas logo em seguida Ele diz que para os homens é impossível conseguir a vida eterna.

Homens, ricos ou pobres, não podem se salvar. Por suas próprias forças, jamais entraram no reino dos céus. Isso só é possível a Deus. Só Jesus salva!

Amigo e amiga, ouça-me: ricos vão sim para o céu. Nós nos encontraremos (sim) com muitos ricos no céu. A própria Bíblia nos dá exemplos de cristãos ricos que foram fieis a Deus: Abraão, Isaac, Jacó, Cornélio, Davi, José de Arimatéia, entre tantos outros.

Explico melhor a expressão “Camelo pelo fundo da agulha” no artigo O que significa Camelo Pelo Fundo Da Agulha?.

3˚ equívoco da Teologia da Pobreza: Dizer que só precisamos ter o que comer e o que vestir

A base para este equívoco está na má interpretação 1 Timóteo 6:8:

Tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos.

1 Timóteo 6:8

Veja bem que a recomendação deste versículo não é dizer que precisamos apenas de alimento e vestimenta.

A mensagem do versículo gira em torno do alerta para tomarmos cuidado com os desejos insaciáveis dessa vida, onde sempre se quer mais e nunca se satisfaz.

O versículo nos exorta para não condicionarmos nossa felicidade a bens materiais. Ele diz: tendo sustento, esteja satisfeito!

Mas estar satisfeito, em hipótese alguma, significa que precisamos apenas de comida e roupa. Este versículo não é um incentivo para vivermos com o mínimo necessário. Ele é um incentivo a nos alegrarmos tendo o que é essencial!

Parte dessa crença vem daquela ideia que muitos orgulhosos dizem: “Não quero muito dinheiro, quero apenas o necessário para viver”.

É provável que você já ouviu, ou mesmo, já disse essa frase.

A primeira vista, esse pensamento parece humilde e justo, não é? Mas só a primeira vista…

Se analisarmos bem, pensar assim é no mínimo egoísta! Ao desejarmos apenas o que precisamos, ao desejarmos apenas nosso alimento e vestimenta, nós nos esquecemos de nossos familiares, esquecemos de nossos amigos, esquecemos dos muitos necessitados que vivem por aí.

Definitivamente este não é o desejo de Deus. Ele não quer que vivamos apenas para suprir nossas necessidades. Seu desejo é que também venhamos auxiliar financeiramente aqueles que precisam (Gálatas 6:2 fala sobre isso).

E como você deve imaginar: para auxiliarmos os outros, ter mais do que o necessário, ajuda muito.

Não estou dizendo que você deve buscar e desejar muitas riquezas. Estou dizendo que, ao limitar seus ganhos à medida de suas necessidades, você limita suas possibilidades de abençoar financeiramente aqueles que te cercam. Isso inclui: seu cônjuge, filhos, pais, amigos, familiares, e os muitos necessitados.

E mais… quando não buscamos maiores rendimentos, estamos indiretamente estagnando a nossa vida profissional e financeira, estamos escolhendo não evoluir.

Ter alimento e vestimenta já é motivo de alegria, mas não deve ser um ponto de final de sua caminhada terrena.

Conclusão sobre a Teologia da Pobreza

Teologia da Pobreza

Esta é a Teologia da Pobreza, que afirma: “Quanto maior a pobreza material de alguém, maior é o seu potencialmente espiritual”.

Essa linha de pensamento acredita que:

  1. Ricos dificilmente entrarão no reino de Deus
  2. Quanto mais pobre formos, mais espirituais poderemos ser
  3. Devemos buscar primeiro o Reino de Deus

Além disso, analisamos 3 equívocos da Teologia da Pobreza:

  1. Acreditar que o dinheiro é a raiz de toda sorte de males
  2. Pensar que ricos não vão para o céu
  3. Dizer que só precisamos ter o que comer e o que vestir

Este é o segundo artigo de uma série de três. O primeiro foi sobre a Teologia da Prosperidade e o Terceiro sobre a Teologia da Mordomia. Minha recomendação: não deixe (em hipótese alguma) de conferir os demais artigos! Pois eles foram preparados para transformar radicalmente sua visão sobre dinheiro e fé.

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Tem alguma dúvida ou sugestão? Deixe seu comentário logo abaixo.

No mais: forte abraço, fique na paz de Cristo e até a próxima!

4 Comentários

  1. Lucas Silva

    Bom dia querido, paz do Senhor!
    Seu artigo é interessante e traz uma discussão bastante atual. Parabéns!
    Gostaria de tomar a liberdade e indicar uma pesquisa sobre a diferença entre pobre de espirito e pobre economicamente tomando como base o hebraico e grego bíblico. Tal assunto acrescenta bastante nesta linha de raciocínio.
    Mais uma vez, parabéns!

    Responder
  2. Carla de Fátima Tavares da Silva

    A Teologia da Pobreza começou com HILEL, não com Jesus e muito menos com Francisco de Assis que nasceu séculos depois dos citados.

    Responder

  3. A paz do Senhor,

    Realmente sua didática é um dom de Deus. Quanto ensinamento rico encontrei lendo esse artigo. Deus realmente responde a todas as respostas. Gratidão mano!

    Abraços

    Responder

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